sexta-feira, 7 de abril de 2017

esse olhar que cabia pleno
nas quatro metades de mim mesmo
e me levava ao teu encontro
a minha mão cheia de nada
além do tudo que encontrava.
e em todas as estações era só esperança
para ti encontrada
e em cada depósito era só confiança
em mim depositada.
e eu seguia
contra corrente
a braçada gemendo
o leito temendo
mas o coração batendo..
e eu seguia
curso perdido
rumo arrumando
contra um contra todos
enfim sempre lutando,
e o destino moldando.
mas longe do destino de mim,
que me dava crença e bravura,
mas perdido da base que me sustém
e me dá asas e candura,
perdi-me no juízo a certa altura,
mas encontrei o teu encontro
e perdi-me sem nada te dizer,
no rumo da noite encontrada.
perdi-me no regresso a novo encontro,
e foi então que me prenderam a mão
e me disseram agora já não
e me amarrando pelo peito
partiram-me então
em duas metades
cada uma das verdades
que deram sentido a todas as saudades
que me preencheram os dias
de onde floresceram as luzes
desejos e novas partidas
sem destino nem chegada.
E viveram-se mentiras
que me puxaram pela base todos os sonhos,
mas não a vontade de sonhar..
e então sem cair me levantei
e em mim todos os sonhos
na minha mente
de novo fluíram
pela semente de novo encontrada.
E no meio de tudo isso
sós nós mesmos
duas metades
que nunca se fundiram
além do universo da noite
e das quimeras que nos levaram além,
no Mistério da parede de sonho.
havia dentro de mim um pássaro
nele vivia preso um sonho de voar
uma gaiola de fogo
e as tuas palavras pedindo-me para seguir a minha vida

serei fénix se me chamas.

haikus desemparelhados

uma noite só...
a viagem completa!
nosso destino.

noite disperta
acordado sonho-te
Luas sem final

estrada fora
olho pela janela
a noite dentro

universo só
a tua essência livre
paradise now

na mais bela mão
ser o que quiseres ser
anel da vida

circulo verde
um eterno retorno
nosso destino

Stars in the sky
Mysteries in Lisbon
Love in Rome

parede branca
universos de sonho
cinema d'autor

um verso simples
os animais sonham
a noite fora

em frente sigo
olho-te ao espelho
estrada sem fim

um sentimento
cada vez mais jovem
crescer

semente de luz
um coração selvagem
estremecendo

imagem e som
história com actriz
plano eterno

a tua chama
a natureza livre
brilho no olhar

sonho demais
a real utopia
ser orgânico

a onda bate
o navio vacila
eu acredito

mapa aberto
a estrada avança
rumando a ti

porta aberta
o sonho inspirador
o vento sopra

livro em branco?
inspiração divina!
um ponto final.

noite escura
a luz espreita em nós
acreditemos

rasgo as letras
escrevo-te agora
a lua olha

procurei por ti
só me encontrei a mim
uma nota só

sombra da Lua
o Sol iluminado
a Luz inspira

vi a janela
abriste-me a porta
a chave és tu

a família
trabalho arte lazer 
comida prazer

enquanto consigo seguir sem consigo

Viajei por vazios plenos
pelos quais me perdi
e por aí me encontrei.
Puxei pela mão que me empurrou
levantei-me pela dobra que me desenrolou
viajando pela sombra
perdi-me sem trabalho
esforcei-me por algo de volta
mas por fim
Soltei-me amarrando-me à emoção
escapei à pressa dessa garra que me tinha presa
fiz-me fera e chorei sem fim..
face a face
segui lado a lado
respeitando a distância,
espreitando a minha ausência,
encontrando-te em todo o lado
onde não te vi.
ganhei mas também perdi,
e com tudo recuperei
o rumo dos passos perdidos
em busca da vista
do olhar encontrado.

Acardita Esprança

E se não acreditares também haverá quem a carnita não queira?

IN Vejo-nús

vestidosem roupa lavada
passeiam pelas ruas vazias
sonhos pejados
de carícias lívidas
e noites carentes
tomadas pela pessoa
que nos leva pela metade.
Acredite-se em nós
mesmo que em mais ninguém
esse desejo nos leva
a nós mais além.